Para onde está voltado o seu olhar? (Parte 1)

O seu olhar está voltado exatamente para aquilo que existe dentro de você. Isso parece contraditório, pois quando olhamos pensamos que estamos a olhar o externo - e não o interno. Porém é como Jung disse certa vez: “quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta!”. Então, o que podemos constatar através disso? Que tudo o que vemos no mundo nada mais é do que uma projeção das nossas crenças.

Ou seja, não é o fato específico que é uma projeção; mas sim, a maneira que vemos/interpretamos aquilo. Enquanto alguns se lamentam, outros vendem lenços. Enquanto uns veem problema, outros veem solução. Enquanto para alguns existe crise, para outros há aumento de ganhos. Enquanto alguns vivem um relacionamento saudável e amoroso, outros estão dizendo que isso não existe. E pode até não existir para aquela pessoa. Mas é para aquela pessoa. Não é um fato concreto da Realidade Última. É um fato para a mente daquela pessoa.

Na nossa mente existem muitos filtros e véus, que deveriam ser descortinados e trazidos à luz da clareza um após o outro. Acontece que o grau de adormecimento das pessoas é tão grande que elas acabam aprisionadas, enclausuradas, concretadas por suas próprias percepções. Percepções e maneiras de ver as situações que são extremamente limitantes. Tão limitantes que nem acreditam que é possível fazer diferente, que é possível que haja algo além daquilo, que exista uma solução, ou que exista uma outra forma de fazer ou ver aquelas mesmas coisas. E permanecem nesse autoaprisionamento por muito tempo. E tem problemas, porque esse “autoaprisionamento” de percepção traz consigo sofrimento inerente.

Ou seja, qual seria a solução para os problemas, sejam eles quais forem? Expandir a consciência. O que antes era um problema, agora já deixa de ser. Porque a percepção acerca daquele fato foi transformada na consciência do indivíduo observador. Mudou a percepção, muda-se o resultado. Isso é interno, o externo apenas reverberará os efeitos dessa mudança de percepção no devido tempo. Então, quando se adota esta postura, todos os problemas podem ser solucionados.

Então esta é a razão pela qual algumas pessoas tem mais problemas do que outras, por exemplo. A percepção da realidade. A maneira de ver a vida, de ver as situações. Você enxerga as dificuldades e os desafios que surgem no seu caminho como um sofrimento inflingido à você (um castigo) ou uma oportunidade para crescer? Essa é uma resposta que, quando dita com sinceridade, é capaz de ser extremamente transformadora para o indivíduo. Pois se está-se vendo a vida com olhos de sofrimento, lamentação, vitimização fica evidente que se está vivenciando um arquétipo fraco/negativo. E aí, neste caso, é preciso que se altere para um arquétipo forte, de vitória, de coragem, de destemor para que se possa enfrentar e vencer qualquer desafio que surja pelo caminho. Isso é uma decisão individual do ser: querer vencer ou não. E os arquétipos podem auxiliar tremendamente neste processo.

É por isso que entender o assunto dos arquétipo é como ter a chave-mestra que abre todas as portas em mãos. Porque pode-se resolver todo e qualquer problema que se venha a enfrentar ou que já se esteja enfrentando. Mas para isso é preciso conhecimento. É por isso que as pessoas que tem sucesso e são bem sucedidas não param de estudar nunca. Porque estudar, ler, se desenvolver intelectualmente continuamente faz parte do processo de se ter e manter o sucesso. Do contrário, se é atropelado pela própria zona de conforto. Pois tudo na vida produz efeitos. Assim como a ação produz efeitos, a zona de conforto também produz efeitos (geralmente desagradáveis e problemáticos à longo termo).

Outra questão importante: quantas pessoas pensam que estudar é chato, que estudar é maçante, que não é prazeroso? Quantas pessoas pensam que estudar não é uma fonte de prazer? Você é uma dessas pessoas? Isso é uma crença, mais uma vez. Portanto, é importante que se revise o que se pensa e o que se sente à respeito de estudar. Isto é ler livros, assistir palestras, etc. Qual o sentimento que se tem quando se toca neste assunto? É um sacrifício, uma obrigação, uma lamentação enorme, um sofrimento? Porque pensar e sentir dessa forma à respeito dos estudos produzirá os efeitos correspondentes, mais cedo ou mais tarde: isto é, perdas, problemas, crise, desemprego, pobreza, etc.

Em uma análise mais profunda tudo se trata de qual arquétipo se está vivenciando. No entanto, cada consciência individual têm o poder de escolher com quais forças arquetípicas estará se aliando. E isso ocorre através das decisões individuais que tomamos a cada momento. Fazer ou não fazer, assistir ou não assistir, ler ou não ler, passear ou estudar, passear ou trabalhar, gastar ou economizar, poupar e investir ou comprar compulsivamente, etc.

Lembre-se: a mentalidade vitoriosa sabe que pode escolher. E escolhe. Ela sabe que pode mudar sua mente e os resultados se alterarão externamente no devido tempo. Ela sabe desse poder divino que habita dentro de cada ser. Reconhece isso e utiliza isso à seu favor. Ela sabe que pode vencer qualquer desafio, pelo poder da decisão. Escolher entre tantas possibilidades e variáveis. E por isso, também, sabe que deve cuidar dos seus pensamentos, dos seus sentimentos, das suas ações. Sabe que tudo depende da maneira como se olha para a situação. E é por isso que ela vence sem parar.

Todos podem desenvolver essa mentalidade, essa postura de vitória perante a vida. Vencer em todos os detalhes, a cada dia que passa. Mesmo que perca no mundo externo, vencer internamente. Perder no mundo externo às vezes é necessário para que se crie resiliência perante à vida. Faz parte do processo. Como dizem “um guerreiro é forjado no campo de batalha”. É exatamente isso. Por mais que se treine por um longo período, é na execução da prática que as habilidades são realmente percebidas. E isso é o que diferencia os vencedores dos perdedores.